14 março 2008

O REFLORESTAMENTO NECESSÁRIO


Nos meados da década de 70, ainda muito jovem, trabalhei no escritório de uma empresa de reflorestamento. Eu me lembro bem, naquela época as empresas eram estimuladas a investirem em reflorestamento, eram os chamados incentivos fiscais. Lembro-me que os contratos eram de longo prazo, pois eu os elaborava, haviam contratos para 1995, 1997,1998...
No início da década de 1960, o Governo Brasileiro(Presidente Juscelino) decidiu estimular a produção de papel e celulose, até então, dependente de importações, através de incentivos fiscais, com base no Imposto de Renda, aplicáveis, inclusive, à pessoa física.
No entanto, esta política teve pouca repercussão, considerando que as despesas efetivas com o reflorestamento só eram passíveis de serem debitadas do Imposto de Renda no exercício seguinte, e, até um teto prefixado.
Esta política foi modificada em 1966(Presidente Castelo Branco), com os incentivos fiscais recolhidos ao Fundo de Investimento Setorial - FISET - Reflorestamento, e aplicados mediante a aprovação de Projeto de Reflorestamento, apresentado ao então Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal - IBDF.
Este foi, sem dúvida, o maior programa de reflorestamento do planeta atingindo, em 1983, 5,2 milhões de hectares reflorestados. Nele foram empregados cerca de 2,7 bilhões de dólares americanos, resultando a geração de 400.000 empregos diretos e ajudando a fixar o homem no meio rural. Ressalte-se que até 1965 as florestas plantadas no Brasil não excediam 500 mil hectares. Os Estados que mais se beneficiaram foram: Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul.
O sub-setor de Celulose e Papel é o que mais refloresta e tem mantido sua média histórica de 60 mil ha/ano, tendo em vista que para o total de empresas o ritmo é de 170 a 200 mil hectares por ano.
As previsões atuais do Programa Nacional de Florestas, do MMA, indicam que o Brasil deverá importar madeira para atendimento das necessidades das indústrias estabelecidas nas regiões sul e sudeste, se não forem investidos de US$ 200 milhões a US$ 300 milhões, para se atingir a marca de reflorestamento de 630.000 hectares/ano. Deve-se isto ao decréscimo de 15 % das áreas reflorestadas, a partir do fim dos incentivos fiscais em 1987 e a demanda firme de 5 % ao ano.
As florestas existentes nos diversos países em 1995, incluindo-se as florestas naturais e as plantadas, foram estimadas em 3,5 bilhões de hectares. Ou seja, um quarto da área da terra. Cerca de 55% destas florestas estão localizadas nos países em desenvolvimento e os 45% restantes nos paises desenvolvidos e emergentes. Deste total de florestas, 97% estão em situação natural ou semi-natural. Somente 3% destas florestas são plantações. Deve-se acrescentar 1,7 bilhões de hectares de vegetação arbórea, como por exemplo as savanas arbóreas, que contém algum tipo de vegetação lenhosa (FAO, State of the Word's Forest 1997).
Há um declínio em termos globais de produção de madeira devido a demanda decrescente em função do quadro econômico mundial.
Diante disto não é difícil se prever o crescimento da exploração das matas nativas, hoje ainda
Os reflorestamentos muitas vezes não são bem vistos pela demora do retorno do dinheiro investido, por este motivo, muitos produtores não vêem vantagem neste tipo de empreendimento. Porém, os avanços da silvicultura através da descoberta de novas tecnologias podem reverter esse quadro do reflorestamento no Brasil. A melhoria da produtividade pode tornar esta atividade cada vez mais rentável e lucrativa, principalmente pela silvicultura de espécies nativas de rápido crescimento.
Um exemplo que merece destaque é o pau de balsa (Ochroma pyramidale) uma árvore com ocorrência natural desde o sul do México até a Bolívia e na Amazônia brasileira e que cresce em altitudes que variam de 0 até 1000m. É uma das árvores com o ciclo de corte mais rápido, em torno de cinco a sete anos, sendo uma das conhecidas com maior incremento anual no mundo. Confira algumas características silviculturais: depois de plantada a muda, em alguns meses atinge 2,4 m de altura, em 2 anos mais de 6m, aos 3 anos nossas arvores iniciais chegarão a 45cm de DAP em 5 anos já esta com cerca de 20m de altura e mais de 50cm de diâmetro, e quando atingem a maturidade podem medir 30m de altura e mais de 70cm de diâmetro com 7 anos de idade. A produção já no terceiro ano pode chegar a 100m³/há e em alguns lugares podendo chegar ate 150m³/ha. e no quinto ano estima-se que pode passar dos 220m³/ha. Os reflorestamentos com esta espécie ainda estão em fases iniciais, porém o atrativo do seu rápido crescimento pode despertar o interesse dos produtores em cultivar esta maravilhosa árvore. Em virtude das características silviculturais dessa espécie o Brasil pode se tornar um celeiro de exportação desta madeira, pois os retornos são excelentes e superam a atratividade de essências florestais exóticas reflorestadas no momento.
Por: Alexander G. Ortiz, Eng.Florestal
Fonte: doagronegocio/http://www.tropicalcongress.com.br/portugues/doc/anais/trab_conv_tema1_reflorestamentos.pdf
Eu, sem contar as matas ciliares, que são fundamentais, sempre achei que deveríamos manter os nossos morros reflorestados, pois são de difícil manejo para qualquer outra atividade agropastoril. Assim, mesmo, ainda existem inúmeros fazendeiros que mantêm estas áreas totalmente desmatadas, ora transformadas em pastos, ora com lavouras aéreas, ora se degradando em erosões imensas.
OS NOSSOS MORROS DEVERIAM SER TODOS COBERTOS DE FLORESTAS PLANTADAS, O QUE GERARIA RENDA PARA O PROPRIETÁRIO E UM BEM IMENSO PARA O MEIO AMBIENTE.

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