05 julho 2008

AQUIFERO GUARANI - NÃO É TUDO O QUE IMAGINÁVAMOS


O que nos parecia uma abundância, abusada pela presunção do grande volume de água. Tratado com descaso pelos proprietários, agricultores, industriais - estado e outros, nossa grande riqueza, pode estar se extinguindo, face aos desmandos de muitos: queimadas, poços perfurados indiscriminadamente, poluição excessiva...o homem, sempre o homem, detonando com o meio ambiente, reduzindo e extinguindo as reservas de vida do planeta...construindo um futuro incerto para todos.


Novo mapa mostra aqüífero Guarani mais limitado
Trabalho indica que fluxo de águas na reserva subterrânea é mais lento do que se achava e sugere cautela com poçosEstudo preliminar aponta que área do reservatório hídrico deve ser 10% menor do que estimativa anterior; trabalho sai até o fim do ano


Quanto mais os geólogos estudam o aqüífero Guarani -a maior reserva hídrica subterrânea das Américas- mais fica claro que ele não é o mar inesgotável de água doce que se imaginava existir há algumas décadas. Um novo mapeamento realizado pela Unesp (Universidade Estadual Paulista) constata que o fluxo de água na camada geológica que compõe o aqüífero é mais lenta do que se imaginava anteriormente.

O novo mapa hidrogeológico realizado pelo Laboratório de Estudo de Bacias, da Unesp, está em fase de finalização e deve ficar pronto até o fim do ano. Mas já está claro para os cientistas que o panorama revelado no trabalho sugere cautela.

O fluxo mais lento significa que, se o ritmo de extração das águas é muito intenso em um local, a água acaba ali e demora para reaparecer. É um risco, portanto, apostar no Guarani para suprir a crescente demanda de água no interior paulista.

"No caso de necessidade de extração de grandes volumes, a alternativa de se concentrar um elevado número de poços em pequenas áreas pode não ser a mais correta", diz Didier Gastmans, da Unesp. Segundo o geólogo, é preciso cuidar para que os lugares mais favoráveis -onde o aqüífero fica perto da superfície, como Ribeirão Preto- sejam superexplorados. "Os técnicos responsáveis pela elaboração de políticas públicas de recursos hídricos terão de considerar que a água subterrânea terá que ser aduzida até os pontos de consumo.

"Um provável resultado do novo mapa da Unesp será a "diminuição" do Guarani em 10%, em razão da adoção de novos critérios geológicos. O padrão está sendo adotado para o projeto internacional de proteção do reservatório, do qual a Unesp participa. "Hoje se conhece a real extensão do aqüífero em território argentino e uruguaio, o que no início do projeto era mera suposição.

"Segundo Gastmans, porém, a extensão total do aqüífero é uma "questão menor" comparada à perspectiva de problemas regionais. Um deles é o da poluição da agricultura, sobretudo a de cana-de-açúcar. "Com a prática da fertirrigação com vinhaça [resíduo da fabricação de álcool], podemos em longo prazo ter problemas com concentrações elevadas de nitrato nas águas", diz.

Outra preocupação é a entrada de contaminantes no aqüífero por meio de poços escavados sem precaução. Em algumas áreas de Santa Catarina a água já é inadequada para consumo humano por excesso de sulfatos e cloretos. Regiões mais "azaradas", como Presidente Prudente, estão sobre águas não potáveis do aqüífero, com excesso natural de flúor.

Um comentário:

  1. Amiga, depois da operação, a quimioterapia, que é um verdadeiro inferno. Não tendo nada a fazer, fiz mais um post, As Pontes de Madison.
    Apareça por lá:
    wwwrenatacordeiro.blogspot.com/
    não há ponto depois de www
    Um beijo,
    Renata

    ResponderExcluir