11 setembro 2008

REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS - RMC E O PROBLEMA DO LIXO

Cidades estudam solução para destinação de lixo
Risco de colapso leva grupo a fazer estudo sobre situação regional


Paulo San Martin - Região

Arquivo/TodoDia Imagem

PÓS-REPRESA: em primeiro plano; ao fundo a Represa do Salto Grande
As cidades da região cuidam mal do seu lixo e a maioria delas gasta fortunas por mês porque não foi capaz de planejar investimentos no setor ao longo dos últimos anos. Há pelo menos uma década, as leis ambientais que regulamentam o destino do lixo endureceram no País, a exemplo do resto do mundo, e os municípios da região não se adequaram a elas.

O risco iminente de um colapso nos serviços de disposição do lixo na região levou o Parlamento Metropolitano, órgão que reúne representantes das Câmaras das 19 cidades que integram a RMC (Região Metropolitana de Campinas), a iniciar um estudo detalhado sobre a situação regional do lixo. O estudo parte da elaboração de um ranking com informações de todos os aterros sanitários dos municípios da região.

Informações preliminares, colhidas a partir do Inventário Estadual dos Resíduos Sólidos Domicialiares, com dados de 2004, mostram que apenas quatro dos 19 municípios da RMC têm aterros sanitários adequados para depositar seu lixo. Indaiatuba, Paulínia, Campinas e Santa Bárbara d’Oeste são as únicas cidades que mantêm aterros sanitários com tecnologia adequada e ambientalmente segura para tratar de seu lixo. Já o destino dado ao lixo por cinco cidades - Engenheiro Coelho, Nova Odessa, Pedreira, Cosmópolis e Artur Nogueira - está totalmente fora da legislação ambiental. Em outros quatro municípios - Itatiba, Valinhos, Holambra e Monte Mor -, os aterros também usam tecnologia ultrapassada, mas o risco de acidentes ecológicos está sob controle.

MILHÕES POR ANO

Os casos de Americana, Jaguariúna, Santo Antônio de Posse, Sumaré, Vinhedo e Hortolândia são semelhantes. Estas cidades gastam milhões de reais a cada ano para transportar e depositar o seu lixo no aterro sanitário da Estre (Empresa de Saneamento e Tratamento de Resíduos), em Paulínia. O aterro da Estre é o único que utiliza tecnologia de ponta e recebe o lixo de vários municípios da região, além de Paulínia. “Mandamos cerca de 2,6 mil toneladas de lixo por mês para o aterro da Estre. Como a empresa cobra R$ 50 por tonelada de lixo doméstico que recebe, a prefeitura gasta em torno de R$ 130 mil mensais, mais de R$ 1,5 milhão por ano, com esta despesa”, informa a Prefeitura de Hortolândia, por intermédio da assessoria de imprensa. A Secretaria de Obras e Serviços Urbanos de Americana contabiliza um gasto anual de cerca de R$ 3 milhões para transportar e acondicionar o lixo no aterro da Estre.

O vereador Dário Saad (PSDB), de Campinas, autor da proposta de elaboração do estudo sobre o lixo no Parlamento Metropolitano, afirma que a situação dos aterros na RMC é grave e exige ações comuns de todas as esferas de governo. A maior parte dos municípios da região está quebrada e não tem recursos para construir aterros.

Em Americana, que projeta a construção de um aterro municipal e pode receber também um aterro regional construído pela iniciativa privada em uma área conhecida como Pós-Represa (leia texto abaixo), a prefeitura admite que só poderá levar o projeto adiante se contar com parcerias privadas e verbas federais. “Nos inscrevemos e já fomos aprovados para receber parte dos R$ 93 milhões que o Ministério das Cidades vai investir em 30 cidades da região sudeste do País, dentro do projeto MDL (Mecanismos de Desenvolvimento Limpo). Mas, além disso, teremos também que contar com parcerias para alavancar o projeto”, disse o secretário de Meio Ambiente Victor Chinaglia Júnior. Hortolândia e Sumaré também correm atrás das verbas do Ministério das Cidades para resolver seus problemas de lixo doméstico. “Precisamos urgentemente conhecer a dimensão do problema na nossa região. Só assim teremos condições de agir”, afirma Saad.

http://www2.uol.com.br/tododia/ano2005/junho/260605/cidades.htmhttp:

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